PARE DE SOFRER COM O PASSADO – COMO CESSAR A RUMINAÇÃO

Como todo mundo, eu sei que você já ficou revendo situações e emoções ruins do passado. Já perdeu sono e até horas seguidas remoendo um acontecimento desagradável. Isso se chama ruminação e é muito danoso para o bem-estar. Aqui vou explicar o que é e o que precisa fazer para reduzir este sofrimento inútil.

Um dos problemas de ter a mente fugindo do aqui e agora, é a tendência da mente viajar para o passado, normalmente com o sentimento de lamentação. Na melhor das hipóteses, ficamos saudosistas, recordando boas coisas do passado. Mas mesmo isso traz um tom de sofrimento, pois normalmente a mensagem final é uma de perda: “era bom antes, e agora se foi”.

Muito mais frequente é a simples recordação de coisas ruins no passado. Revivemos momentos ruins, conversas ruins, perdas, traições e erros cometidos. Fazemos isso para nos sentir como vítimas, para justificar a pobre qualidade de bem-estar que estamos sentindo hoje. É um erro para justificar outro erro, ambos nos levando para um estado de mente negativo e infeliz, que mina nossa capacidade de agir. Caímos na foça.

É importante entender que nosso cérebro não diferencia a realidade externa de seus pensamentos. Quando você relembra algo ruim do passado, você vive novamente aquela experiência. O efeito é quase o mesmo. As reações fisiológicas são praticamente as mesmas. O dano é praticamente o mesmo. Por isso é tão perigoso.

E dessas viagens para o passado, a mais aflitiva é descrita na psicologia como ruminação. Ruminação é quando você fica voltando para um assunto, mastigando ele, revendo ele, num ciclo doentio. Fica vendo e revendo a cena, a conversa, a mensagem, seja lá o que for, que tão profundamente lhe incomodou. Você fica lá bolando respostas, criando cenários, sentindo raiva, tristeza, tendo conversas imaginárias com a pessoa que lhe magoou com a mente à mil. Rodando e rodando. Um inferno. Nada de bom sai disso, né? Só um agito sofrido, uma canseira. É algo muito danoso e inútil.

Pesquisas mostram que podemos quebrar o ciclo da ruminação, distraindo a mente por apenas 2 minutos.

Se conseguir arrastar sua mente para outro ponto por 2 minutos, terá a chance de interromper o ciclo doentio da ruminação.

Aqui então entra a importância das práticas de treino da mente descritas no livro “O Caminho 3T” (www.3T.org). Quando mais treinarmos, mais força e habilidade temos de direcionar a mente de volta para a vida, de volta para o aqui e agora.

Quando a mente está sofrendo um ataque desses de ruminação, nada melhor que respirações bem profundas e um exercício de mindfulness, trazendo toda sua atenção para algo que esteja experimentando com o corpo no aqui e agora: seja uma simples respiração, seja um caminhar ou um som. Coloque toda sua atenção em algo real que está experimentando com seus sentidos, acontecendo agora, enquanto respira profunda e calmamente.  Se já conseguiu iniciar sua prática de meditação mântrica (japa), melhor ainda é dedicar 5 minutos a intensa meditação, com foco total no mantra e seu significado.

Depois guarde apenas para si o registro de quão danoso é perder controle da mente. Observe e absorva a lição da necessidade primária de manter a mente sempre no aqui e agora, com foco em sua ação, com foco em seu dharma. Tão logo a mente deslize para o passado, traga-a de volta para sua ação no aqui e agora, para a vida, e pare de sofrer com o passado.

Veja aqui meu vídeo sobre este tema.

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Seu amigo,

Giridhari Das

Veja o que estão falando do livro “O Caminho 3T”: “O livro Caminho 3T tem me ajudado a direcionar os passos.” – Jacqueline Nogueira

2 opiniões sobre “PARE DE SOFRER COM O PASSADO – COMO CESSAR A RUMINAÇÃO

  • 05/09/2017 em 08:35
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    Eu costumo assistir sempre aos seus vídeos no YouTube. E antes de tudo queria agradecer todos os ensinamentos. Hj eu vi um no qual você falava sobre pessoas que despejam a negatividade em cima da gente, e ensinou alguns passos para lidar com essa negatividade alheia, que embora no consciente seja bem fácil de fazer, não sei como evitar que as sequelas fiquem no inconsciente. Mas o que eu gostaria de perguntar é sobre quando ocorre o oposto: qd é você quem despeja um caminhão de negatividade em cima de alguém, que não tem nada a ver com a situação que você sente, mas recebeu isto várias vezes por querer estar perto para ajudar. Pedir perdão e dizer que me sinto mal não é opção, pois a pessoa foi embora e fechou todas as possibilidades possíveis de contato, e pessoalmente não tem como ocorrer por conta da distância. As duas coisas que mais me angustiam em tudo isso são: 1. Eu estou num processo de cura de uma depressão. Então eu tenho comportamentos ainda que não são naturais do meu normal. São comportamentos que fazem eu parecer outra pessoa, um monstro, na verdade; 2.eu realmente amava essa pessoa e sentia que ela me amava e simplesmente destruí tudo e por isso não consigo me perdoar sem que ela me perdoe. Eu não consigo aceitar o fato de uma doença ter me levado a perder alguém (fora as outras que já pedi nesse caminho demorado de uma depressão. Mas essas outras não me pareceram, depois de uma boa análise, se tão amigas, se preocupar de verdade comigo). Qd entramos num quadro depressivo já não é mais uma questão de querermos nos controlarmos. Às vezes só dá para resolver com remédios. Eu não estou querendo aqui tentar me livrar da culpa, mas nessa situação se eu estive saudável nunca teria feito e dito todas as coisas que disse e fiz. Eu não sei como seguir sem o peso disso, eu não sei como seguir sem essa tristeza, eu não sei como seguir sem o perdão dele, sem a compreensão de que eu não sou esse monstro no qual às vezes me transformo. A última coisa que li dessa pessoa é que a Marília que ela conheceu merecia ser feliz e o vazio do silêncio final deu a entender que a Marília de agora, a monstruosa por conta de uma doença não merece. O que é faço?

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    • 05/09/2017 em 09:02
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      Oi, Marília, Hare Krishna!

      O passado passou. Já era. Você errou, erramos. Deixe a pessoa ir embora. Ela merece. Ela fez bem. Ela exerceu amor próprio e se protegeu de ser atacada por você. Você maltratou ela demais, e ela reagiu de forma inteligente e saudável, se afastando da fonte desnecessária de dor. Se você realmente ama esta pessoa, então deve estar feliz em saber que ela está agora longe de uma fonte de sofrimento e tem menos uma pessoa na vida dela atacando-o, sendo “monstruosa”.

      Quanto a você, fica o aprendizado. Você errou. Enquanto se apegar ao conceito que você é vítima da doença, não vai totalmente assumir o controle de sua vida. Eu recomendo este mantra: “a vida que eu vivo, fui eu que fiz”. Repita ele sempre. Assuma autrorresponsabilidade e comando da vida. Sem entrar nos complicados detalhes de quando e como, você é a pessoa que você construiu. E calhou que muitos erros depois, nesta vida e em outras, você teve sua fase “monstro”. O monstro machucou e afastou pessoas. Você sofreu, outros sofreram. É ruim. Foi um erro.

      Agora, você aprendeu com o erro. Está assumindo a cura. Está ciente que precisa e tem o poder de ser uma pessoa melhor. Você não precisa de confirmação dos outros, nem perdão nem reconhecimento. Você precisa se perdoar apenas. Você sabe que fez errado, e agora está fazendo melhor. Isso é um sucesso. E é seu mérito. E agora você vai continuar a melhorar mais e mais, dedicando sua vida a ser a melhor pessoa possível.

      Outras pessoas vão entrar na sua vida e você vai valorizar elas, vai amar, não machucar. E você também vai se amar, não se machucar. Tudo vai melhorar, especialmente se você pedir sempre a graça de Deus.

      Culpa demais é um processo egocêntrico inútil. É outra forma de cultivar vitimismo. É inútil e doloroso. Largue isso então e siga a vida, feliz com sua realização honesta que errou e que gostaria de expressar o quanto se sente por isso. Mas sem precisar de uma confirmação da outra pessoa. Nunca dependemos de outra pessoa. Sua felicidade está em suas mãos, não nas mãos de mais ninguém.

      Eu confio no seu sucesso. Deixe o passado no passado, use o aprendizado para crescer hoje e o futuro será brilhante.

      Seu amigo,
      Giridhari Das

      Resposta

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