Cristofobia

Fobia significa medo. Então, Cristofobia é medo de Cristão ou ser contra quem segue Cristo. Este termo era, até agora, usado para falar de países onde é proibido ser cristão, onde cristãos são atacados ou mortos. Obviamente que não é o caso do Brasil, nem de qualquer país Ocidental. Então, quando o termo foi usado agora nas Nações Unidas pelo nosso Presidente Bolsonaro, o que será que ele quis dizer mesmo?

Do jeito que ele usou, me deu medo. Do jeito que ele usou, eu acho que eu tenho Cristofobia. Pois, para mim, Cristofobia significa ter medo de como Cristo é usado.

Quando Cristo é usado para ganhar votos, eu tenho medo. Muito medo. A nossa história dos últimos 2000 anos está cheia de pessoas inescrupulosas usando Cristo para enganar o povo, matar, torturar, roubar e cometer genocídio. Temos que ter muito medo de líderes assim.

Quando o nome de Cristo é usado para atacar a comunidade LGBT+, eu tenho medo. Se Cristofobia é sinônimo de ser contra a homofobia, de atacar o direito de livre orientação sexual, de ser intolerante aos transexuais, então eu tenho Cristofobia.

Quando o nome de Cristo é usado para atacar outras religiões, eu tenho muito medo. Quando nosso presidente fala que o Brasil é uma nação Cristã, eu tenho medo. Nossa estado é laico. No Brasil temos ateus, judeus, muçulmanos, budistas, devotos de Krishna, umbandistas, bruxas, as tradições indígenas, etc etc etc. Todos nós somos cidadãos. Todos nós pagamos impostos. Quem quiser ser presidente só de Cristãos que abra uma igreja. Quem quiser ser presidente do Brasil, que aprenda a respeitar e valorizar nossa diversidade religiosa, nossa diversidade cultural.

Vamos parar de explorar Cristo, pois até Cristo teria Cristofobia se visse o que fazem em seu nome.

E, você, tem Cristofobia?

 

Uma opinião sobre “Cristofobia

  • 25/09/2020 em 22:40
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    Me causou muita estranheza o termo “Cristofobia” no discurso às Nações Unidas, pelo Presidente Bolsonaro. Penso que sua utilização foi completamente desnecessária, pois não se justifica. Mestre Giridhari, considerei muito coerente e honesta a forma como conduziu sua linha de pensamento sobre o termo, me levando a pensar se todos nós não deveríamos ter, com base em princípios éticos, um olhar bem reflexivo sobre a utilização feita ao Cristo neste mundo. Muitas vezes, coisas terríveis são feitas em nome dEle, em defesa de interesses próprios. Temos o péssimo hábito de não pensarmos antes de expressar nossas ideias, geralmente nos baseamos em referências nem sempre confiáveis e totalmente ancoradas na superficialidade, o que pode causar tanto sofrimento e discriminações. Acredito que Cristo é muito mal compreendido em sua passagem por este Planeta. Cada um vê o que quer e propaga o que bem entende. Não acredito que temos , quanto país, uma estrutura suficientemente organizada para aproximar a religião da política, pelo contrário , misturamos demais, tudo fica confuso e o pior é que isto vai nos afastando cada vez mais uns dos outros e também dos princípios amorosos, de respeito às diferenças , de empatia. Tudo muito triste, pois perdemos um tempo precioso, no momento em que nos descuidamos uns dos outros e em consequência disto, descuidamos do mundo. Muita gratidão , pela sua dedicação e reflexões que oportunizam acender pontos de Luz conscientes, tão humanamente necessários.

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